Archive for the ‘Praia Grande’ Category

Uma lenda viva

23 de February de 2010

HISTÓRIAS E LENDAS DE PRAIA GRANDE

Um museu sobre a criminalidade

No acervo, registros sobre crimes na Baixada Santista desde o século XIX

Matéria publicada no jornal santista A Tribuna em 19 de agosto de 2001

(exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda):

Ex-investigador, Alfredo Gregório Júnior organiza o acervo de ocorrências na sede da Academia de Polícia

Foto: Adalberto Marques, publicada com a matéria

Mais de 130 anos de crimes, que envolvem desde um escravo que roubava galinhas para poder comer, até um frio e calculista esquartejador, que matava por puro prazer. Tudo isso, detalhado com fotos e requintes capazes de inspirar até o mais inibido escritor de histórias policiais. O acervo, suficiente para formar um autêntico museu do crime, está sendo recuperado na sede da Academia de Polícia de Praia Grande e vem servindo de apoio para formação de novos investigadores, carcereiros, agentes penitenciários e escrivãos. Entre outras relíquias, há o laudo pericial de Santos Dumont, o Pai da Aviação, que praticou suicídio, por enforcamento, em um hotel de Guarujá, em 1932.

POLÍCIA
Museu do Crime mostra rotina da violência

Arquivos policiais relatam casos de escravos chicoteados, de esquartejadores e de antigas malandragens

Evandro Siqueira
Da Sucursal

O responsável pela restauração dos mais de 350 livros de ocorrências, que relatam os crimes registrados na Baixada Santista ao longo de mais de um século, o ex-investigador de polícia, já aposentado, Alfredo Gregório Júnior, de 67 anos, é quem cuida do acervo e ajuda a preservar fatos da rotina policial que o tempo costuma apagar da memória.

Os primeiros registros remetem à época da escrevidão, mais exatamente 1870. Um período em que desobedecer as ordens dos senhores brancos podia render a um negro 50 chibatadas ou dois meses de prisão, com um ferro amarrado ao pescoço.

São fatos reais, escritos à caneta de pena, em folhas de almaço, já amareladas pelo tempo.

Os laudos e as ocorrências estavam praticamente esquecidos pelo Instituto de Criminalística, mas foram resgatados por Gregório, com o aval do diretor do Deinter-6, Alberto Corazza, e do coordenador de cursos da Academia de Polícia de Praia Grande, Manuel Luiz Ribeiro Júnior.

Hoje, o arquivo histórico serve de material didático para a formação de oficiais da Polícia Civil, nas disciplinas de Criminalística, Investigação Policial e Sociologia da Violência.

“A vantagem é que eles tomam conhecimento de fatos já ocorridos e saem mais preparados da Academia. Deu trabalho limpar o mofo e retirar os cupins, mas está valendo a pena”, diz Gregório.

Picadinhos – Os fatos descritos nos livros de ocorrências são instigantes e, em alguns casos, assustadores, devido ao excesso de crueldade de alguns criminosos.

A história de Maria Fea, que ficou conhecida como o Crime da Mala, é contada em detalhes, desde o instante em que seu marido a esquartejou em São Paulo, trouxe as partes do corpo em uma mala para Santos e tentou despachá-la no navio Massília, que seguiria para a França.

O crime foi descoberto graças aos trabalhadores portuários, que desconfiaram do forte cheiro que exalava da mala.

O caso aconteceu em 1928 e, até hoje, a campa de Maria Féa, no Cemitério da Filosofia, no Saboó, em Santos, é muito visitada por pessoas da comunidade, que acreditam que ela poderia fazer milagres.

Um caso igualmente escabroso, registrado no arquivo da Academia, é o de um outro esquartejador, conhecido nacionalmente como Chico Picadinho. Embora os crimes tenham acontecido na Capital, Gregório possui inquéritos completos, recheados de fotos periciais das vítimas.

As imagens são chocantes e, na maioria das vezes, impublicáveis.
Motivo pelo qual você leitor não as verá aqui no Ligeirinho.com, (Desculpe) Faz parte!

“O Chico está preso até hoje, lá em Taubaté. Um caso como esse serve de aprendizado para quem quer se tornar policial civil. Eles têm que aprender com fatos reais”, diz o ex-investigador.
Cuja foto acima se Vê e é conhecido pelos seus pares policiais,carinhosamente como Língua.

Escravos eram vítimas de atrocidades

Santos, 1870. Uma jovem negra de 25 anos, chamada apenas Flora (os escravos não tinham sobrenome), passa cinco dias presa. Descrita como “preta, altura regular, delgada de corpo, olhos pardos, rosto comprido e fino e solteira”, a escrava pagou caro por não ter atendido a um pedido de sua dona, Francisca Emília Fernandes.

O caso, verídico, é o registro mais antigo que pode ser encontrado entre os documentos do Instituto de Criminalística, arquivados em Praia Grande.

Como Flora, outros tantos escravos passaram por situações semelhantes, que hoje em dia despertam a revolta em qualquer cidadão de bem.

Foi assim também com Veríssimo, um servo de apenas 11 anos, que ficou encarcerado durante 10 dias por ter presenciado a morte de um outro escravo, castigado por seus donos.

Ou ainda com Gardino, 33 anos, condenado a 50 açoites e dois meses de ferro no pescoço. O motivo: roubou uma galinha para poder se alimentar.

Alfredo de Gregório Júnior, por mais acostumado que esteja com as atrocidades cometidas por seres humanos, fala com tristeza daqueles tempos. “São fatos que deixam qualquer um magoado, chocado.

Muitas crianças eram punidas como adultos, sem qualquer direito a defesa. E o pior: por motivos banais”.

Acidente envolvendo um bonde e um caminhão, em Santos. Cena de uma época distante

Foto: reprodução, publicada com a matéria

O suicídio de Santos Dumont

Uma das peças que mais enche Gregório de orgulho não é nem original, mas fica exposta em um armário de vidro como se fosse um troféu.

Trata-se da xerox do laudo pericial sobre a morte de Alberto Santos Dumont.

O Pai da Aviação cometeu suicídio em 1932, no Hotel La Plage, em Guarujá.

O documento, escrito à mão, descreve até os trajes que o piloto usava naquele fatídico 23 de julho: terno, gravata, calça e sapatos, tudo preto.

Ele foi encontrado morto por uma empregada do hotel, pendurado no chuveiro de um dos apartamentos, com o cinto do roupçao de banho amarrado no pescoço.

“Isso aqui tem valor pessoal”
, diz o ex-policial.

Artimanhas – Além de relatos criminalísticos, o acervo inclui, também, materiais que mostram as artimanhas utilizadas por detentos para fugir de penitenciárias.

Quem imaginaria, por exemplo, que com apenas uma lâmina de barbear um preso poderia serrar uma placa de aço inox? “São coisas que se a gente conta e não mostra a prova, as pessoas duvidam”, admite Gregório.

Veja a foto

Mas, foi exatamente isso que aconteceu há alguns anos, no Cadeião de Praia Grande, o Dacar-10. Um detento cortou a tampa de aço que prende o vaso sanitário à parede com uma lâmina. A prova da ousadia também está na Academia.

“A tentativa de fuga foi descoberta em uma revista de rotina”, lembra o ex-policial. “São macetes que qualquer carcereiro ou agente penitenciário tem que saber antes de ingressar na carreira”.

Há ainda armas e ferramentas fabricadas artesanalmente pelos detentos das cadeias da região – como serrotes, furadeiras, facas, porretes, terezas etc. – que foram apreendidas e também fazem parte do acervo. Isso sem contar os objetos utilizados por traficantes para esconder drogas, como um extintor recheado de cocaína.

“Definitivamente, é uma escola para quem vai encarar a realidade do crime, seja nas ruas ou nas prisões”, comenta Gregório.

Um desastre dos mais improváveis: avião cai e atinge uma Kombi na areia da praia
Foto: reprodução, publicada com a matéria

Fotos de colisões despertam curiosidade

Sair à rua e dar de cara com dois automóveis batidos é uma cena até certo ponto normal hoje em dia. Mas, os livros do Instituto de Criminalística contam fatos quase inimagináveis atualmente.

Os exemplos são os mais variados. Em 1947, na esquina das ruas São Francisco e Senador Feijó, no Centro de Santos, um caminhão atropelou um triciclo, que era utilizado por um jovem para entregar pães à vizinhança. Hoje essa atividade está praticamente extinta, dado o grande número de padarias.

Nos anos 50, houve também acidente curioso. Um avião de pequeno porte caiu em uma praia de Praia Grande e bateu em uma Kombi, que estava estacionada na faixa de areia. Ninguém morreu.

Naqueles tempos, até bondes se envolviam em acidentes com veículos automotores, como mostram várias fotos contidas nos inquéritos policiais. “São fatos que hoje em dia surpreendem pela curiosidade”, afirma Gregório.

Vagabundos – Os mesmos livros que guardam ocorrências lamentáveis da época da escravidão, mostram, também, detalhes que hoje podem soar engraçados. Registros do início do século contam histórias de ladrões de botinas, caloteiros de botequins e até meretrizes, presas não por se prostituírem, mas por se envolverem com jogos de azar.

As profissões citadas nos autos policiais são, no mínimo, curiosas. Ou alguém acha normal alguém exercer cargos de gatuno ou vagabundo?

“Eram tempos em que os ladrões eram verdadeiros artistas”, lembra em tom saudosista o ex-investigador. “Não havia tanta violência. O malandro roubava uma carteira sem que o dono percebesse. Hoje, eles já apontam logo uma arma e puxam o gatilho por qualquer coisa. O batedor de carteira desapareceu e a criminalidade piorou”.

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Ligeirinho, agora com balas traçantes aqui no Vietnã…de cara para o Morumbi ,muito chique…

Carta aos nossos amigos associados do sinpolsan, o novo sindicato dos policiais civis da cidade de Santos e macro região

14 de March de 2009


CARTA ABERTA



Caros colegas,

Estamos aqui nos apresentando e iniciando um diálogo fraterno para tentarmos demonstrar a essa sofrida categoria nossa pretensão no que tange aos rumos a serem tomados à frente desta nossa entidade representativa. Podemos garantir que não envidaremos esforços na busca de melhores condições em geral para todos nós, seja na condição estrutural, salarial, saúde e valorização profissional em todos os níveis, posto que todos sabemos que estamos há muito abandonados.

Chegamos ao ponto de não termos a quem recorrer para fazermos valer nosso direito, os quais são respaldados pela Carta Magna, pela Constituição Estadual, por inúmeras leis garantidoras, mas que vêm sendo ignorados pelos vários governantes que passaram pelo Palácio dos Bandeirantes.

Não podemos mais aceitar ser diariamente vilipendiados por um governo que ão tem nenhum compromisso com o funcionalismo público estadual, que nos massacra há mais de quatorze anos com salário escorchantes, péssimas condições de trabalho (por vezes humilhante), e SEM direitos. Sim, somente somos cobrados por todos, sem ter direitos que façam equilibrar a balança da Justiça.

Assim, como vem acontecendo há anos, ficávamos parados acreditando no amanhã… O amanhã não virá, se não nos unirmos e, numa só força, encararmos essa empreitada, a qual, sem dúvida alguma, não será fácil. Mas se nos dermos as mãos, veremos a nossa luta gerar bons frutos, pois o mais difícil aconteceu no ano passado, quando colocamos nas ruas milhares de policiais lutando por um mesmo objetivo, em que pese as diferenças de cada qual.

Dessa greve que ESTÁ SUSPENSA, um fruto vingou: o resgate de nossa dignidade. Sim! Muitos de nós já tínhamos até perdido o orgulho de nos dizer POLICIAIS.

Portanto estamos, TODOS do SINPOLSAN, nos colocando à disposição de todos os policiais para conversarmos, trocarmos informações, experiências e sugestões através do nosso e-mail sinpolsan@uol.com.br.Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email Contamos com a filiação de cada um de vocês, o que nos dará demonstração de força e condições estruturais para realizarmos as transformações que são necessárias para o benefício de nossa categoria.

Esperamos ser bem vindos a vocês. Tenham certeza que essa família policial que somos aguarda ansiosamente suas visitas a esta casa, que não é só da Diretoria, mas de toda a FAMÍLIA POLICIAL.

A distância entre a teoria e a prática

É decepcionante ver que em pleno “Estado Democrático de Direito”, sob a égide de uma “constituição cidadã” (como foi chamada nossa Lei Maior) e, tendo no governo do estado um partido que se auto-intitula “SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA”, temos na cúpula, escolhida pelo governador, autoridades que adotam a prática ditatorial que manchou por vinte anos a história do nosso país.

Tivemos acesso ao material do “Setor de Inteligência” do DEINTER-6. Como nos velhos tempos da ditadura, alguns funcionários desse setor ficaram às espreitas, infiltrados, tirando fotografias, mapeando e seguindo alguns colegas que participaram do nosso movimento grevista! O movimento era legítimo e garantido por liminar. Ainda assim, fomos fotografados, identificados, como se fossemos marginais, como se estivéssemos fazendo algo ilegal.

Não fosse o suficiente, alguns desses colegas estão sofrendo perseguições e retaliações, com ameaças de “bonde”, remoções e designações ao arrepio dos princípios administrativos. Alguns estão sendo inclusive chamados à CORREGEDORIA, como se tivessem cometido algum crime funcional ou ilícito administrativo. Lembra-nos até a abominável prática dos negros tempos que vivemos à época do DOPS e do DOI-CODI…

Sinpolsan (013) 3233 5370
3222 760
endereço eletrônico sinpolsan@uol.com.br
Acredita-se que aceitam ligacões à cobrar, pois nós os tiras só andamos duros.

Boa Sorte

Walter

Membros do sindicato

PRESIDENTE WALTER DE OLIVEIRA SANTOS
VICE-PRESIDENTE DECIO COUTO CLEMENTE
1º SECRETÁRIO MARCIO DE ALMEIDA PINO
2º SECRETÁRIO FATIMA VALERIA NERI
1º TESOUREIRO REYNALDO MACHADO
2º TESOUREIRO SILVIA MARGARET DA CONCEIÇÃO
DIRETOR DE PROMOÇÃO SOCIAL E EVENTOS ROSEMEIRE MARTINS DOS SANTOS
VICE DIRETOR DE PROMOÇÃO SOCIAL E EVENTOS MARA RUBIA HENRIQUES
DIRETOR DE PATRIMÔNIO SILMARA APARECIDA TEIJEIRA OLIVA
VICE-DIRETOR DE PATRIMÔNIO MARCELO RANGEL MOURA
DIRETOR DE RELAÇÕES DE TRABALHO MARCELLO MARINHO COSTA DE OLIVEIRA
VICE DIRETOR DE RELAÇÕES DE TRABALHO EDSON ANTONIO RODRIGUES
DIRETOR DE CULTURA E ESPORTES LAMARTINE ALBUQUERQUE MACEDO
VICE DIRETOR DE CULTURA E ESPORTES WILLIANS JOSÉ DA CONCEIÇÃO
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO CELSO MARTINS LOURENÇO
VICE DIRETOR DE COMUNICAÇÃO RONALD PUGA FILHO
CONSELHO FISCAL SERGIO ROBERTO DE CASTRO
CONSELHO FISCAL NELSON RODRIGUES DE OLIVEIRA
CONSELHO FISCAL PAULO DA SILVA FLORES
SUPLENTE DO CONSELHO FISCAL ANTONIO JOSÉ CRUZ
SUPLENTE DO CONSELHO FISCAL ALFREDO GREGORIO JUNIOR
SUPLENTE DO CONSELHO FISCAL MARCO ANTONIO DELFIM PINTO
DELEGADOS JUNTO A FEDERAÇÃO MARCELLO MARINHO/WALTER O. SANTOS
SUPLENTE DE DELEGADO JUNTO FEDERAÇÃO EDSON A. RODRIGUES/MÁRCIO A. PINO
REPRESENTANTE DO SINDICATO NO LITORAL SUL MARILUCE APARECIDA GOMES