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O POLÍCIAL

24 de August de 2008

O Policial

João Pantaleão Gonçalves Leite

Há gente que não sabe o que a polícia significa.
Por maldade a critica sem conhecer a verdade,
E nesta oportunidade, parafraseando os doutores,
A polícia, meus senhores, é o Exército da sociedade;

Para vos dar o sossego, lutamos de fronte erguida,
Arriscando as nossa vidas, para proteger as vossas,
E gente ainda faz troças, quando somos pisoteados,
Dão razão ao renegados, das razões que eram nossas;

Essas gentes erram senhores!
Quando não erram se enganam,
Pois errar é coisa humana,
Quando o engano não vem, se o policial errar também,
Há sempre alguém que o entrega e finge que não enxerga
Quando ele pratica o bem;

Somos aquele alvo humano, das armas dos delinqüentes,
Estamos sempre no combate contra o mal,
Somos a guarda social desta batalha renhida,
Arriscar a própria vida é o lema do policial;

O policial que é casado, não vive para a família,
Sem poder ao filho ou a filha dar um pouco de carícia,
Do lar não colhe delícia, por que na cidade ou no morro
Há sempre um grito de socorro chamando a polícia;

Quando sai em diligência, despede-se dos filhos seus
“Vai com Deus papai, vai com Deus”, lhe diz o filho querido,
Depois, então tem se lido em manchete de jornal,
Foi morto um policial prendendo um foragido;

Tristonho o filho pergunta a sua mamãezinha que chora,
“por que meu pai demora?, estou com saudades demais,
Quero expandir os meus ais com um forte beijo em sua testa,
Pra depois cantar a festa a linda canção dos pais”;

“Sim filho, meu filho adorado, hoje é dia dos pais, mas o teu não volta mais,
Você tem que compreender, é triste mas vou dizer,
O teu pai minha flor querida, ontem perdeu a vida no cumprimento do dever”;

E o filho nada entende, do que a mamãezinha lhe diz, continua bem
Feliz esperando o amado pai,
O sol desmaia, a noite cai e venta muito, é mês de outono,
E o pequeno sente o sono, e o bercinho lhe atrai;

Noutro dia bem cedinho, faz perguntas sem receio, “mamãe, papai já veio?”
Mas de repente se cala, esmorece, perde a fala, ao ver o pai do
Coração, de mãos postas num caixão sobre a mesinha da sala;
Neste momento compreende, ao ver a sala tão triste,
Seu peitinho não resiste, dos olhinhos rola o pranto,
Pois o pai que o queria tanto lhe deixou na solidão,
Foi cumprir outra missão, com destino ao campo santo;

E o pequeno fica tristonho com os olhos rasos d’água,
Fica enxugando sua mágoa que um delinqüente causou,
A herança que lhe restou foi uma placa com gravura,
“Honra ao Mérito por Bravura que o próprio tempo gravou;

E hoje com sua mãe nos dedinhos vai contando,
Os anos que vão passando
E o tempo que o pai morreu, do mesmo não esqueceu,
Conta dez, conta onze e aquela placa de bronze
Nunca um abraço lhe deu;

Venhamos a outra face em que meu nome figura,
É sem placa, sem gravura,
Não tombei porque Deus não quis,
Senhores, aquilo que fiz, foi sem rancor, sem maldade,
Para dar paz a sociedade eu tive um golpe infeliz;

Numa noite negra e fria, chovia torrencialmente,
Fui chamado de repende para atender uma ocorrência,
Deixei com paz e paciência o mundo alto que dormia,
Quando o baixo se divertia nos vapores da violência;

Procurando manter a ordem, fui em busca de um delinqüente,
Que furioso, violentamente, quis roubar a vida minha,
Mas a sua dorte foi mesquinha, não completou o arremate,
E eu, para não ficar no combate, usei dos meios que tinha;

Veja meus senhores, a situação que fiquei,
Contra a vontade matei para salvar a minha vida,
E desta luta renhida, recebi como troféu,
Tormento no banco de réu, julgado por homicida;

Mas diante de sete homens, foi revivido o meu drama,
E Deus, o Pai Divino que ama, iluminou mente por mente
E perante o povo presente, guiou o desfecho final,
E num silêncio total ouve-se o magistrado:
“Declaro o réu inocente”;

E sendo assim, eu peço a Deus que apague o que aconteceu
E faça mais do meu eu, um policial de retovo,
Que diga Ele de novo,
À grande massa social, que o braço do policial,
É a segurança do povo. diligência