Archive for September, 2011

Simo Häyhä ( Rautjärvi, 17 de dezembro de 1905 )

28 de September de 2011

Um post modelo para a categoria de comportamento.
Simo Häyhä era um pacato fazendeiro e vivia lá na gelada Finlândia, sossegado em seu canto.
Até que um belo dia, em 1939, a União Soviética resolveu invadir seu país.
Inconformado, resolveu fazer alguma coisa por conta própria.
As invasões aconteciam pela floresta. Então pegou seu velho rifle, enfiou um monte de comida enlatada na mochila e se plantou sozinho no alto de uma árvore, onde passava seus dias dando pipoco em russo.
Sem exército e encarando uma friaca que variava entre 20 e 40 graus negativos.
Ninguém esperava um ataque naquelas condições. Mas começaram a aparecer, do nada, uns furinhos no meio da testa dos soldados, que iam caindo um por um.
A história se espalhou rapidamente e quando descobriram que aquela chacina era obra de um único atirador, o terror se instalou na tropa.
Chamavam o cara de “morte branca”, por causa da camuflagem. Missões inteiras eram montadas. Forças tarefa eram enviadas para o meio das árvores, mas ninguém voltava. Häyhä matava pelotões inteiros.
Derrubava um por um.
Tipo patinho de tiro ao alvo no parquinho de diversões. Péi! Caiu. Péi! Caiu. Péi! Caiu.
Você consegue enxergar o Häyhä nessa foto? Pois é.
Depois tentaram de longe, usando contra-snipers. Foram todos mortos. Ninguém conseguia pegá-lo. Usava técnicas aprendidas na prática para ficar invisível, como miras comuns sem lentes para não refletir o sol, neve na boca para não expor sua respiração, apertava a neve a sua frente para que os tiros não “soprassem”, etc.
A contabilidade de Simo Häyhä depois de 100 dias enfiado na floresta comendo sardinha enlatada, era a seguinte:
• 542 mortos com o rifle
• mais uns 150 mortos com sua SMG
Oficialmente foram 705 mortes creditadas a ele, só nesse periodo.
Nessa altura não havia mais ninguém para enfrentar Simo Häyhä. Com o placar marcando 700 x 0, ninguém mais tinha coragem de fazer nada. Era simplesmente, suicídio.
Aquilo foi indignação e vergonha demais para o exército Russo, que resolveu… bombardear a área. Para matar um único soldado inimigo! Mas mesmo embaixo de uma chuva de bombas e ferido, Häyhä conseguiu escapar.
Até que no dia 6 de março de 1940, já cansado, Häyhä foi finalmente atingido por uma bala explosiva que arrancou metade do seu rosto.
Era o fim do “morte branca”.
Mas… só por uma semana.
Porque em 13 de março de 1940, exatamente no dia em que a guerra acabou, Simo Häyhä recobrou sua consciência.
Foram anos até conseguir se recuperar, mas sua mandíbula foi refeita e Häyhä acabou voltando a sua vida pacata, como um grande caçador de Alces e criador de cães.
Em 1998, em uma entrevista, perguntaram como ele conseguiu se tornar um atirador tão extraordinário. Respondeu com uma palavra: “Praticando”.
Quando perguntado se havia algum arrependimento por ter matado tantas pessoas, respondeu: “fiz o que precisava ser feito, da melhor maneira possível”. Preciso também com as palavras.
Simo Häyhä é considerado o maior e mais eficiente franco-atirador de todos os tempos. Passou seus últimos anos morando numa pequena vila. Claro, bem na fronteira com a Rússia.

SIMO

Simo Häyhä (Rautjärvi, 17 de dezembro de 1905 — Hamina, 1 de abril de 2002) apelidado de “Morte Branca” (em russo: Белая смерть, transl. Belaya Smert; em finlandês: Valkoinen Kuolema; em sueco: den Vita Döden) ou “Provocador” pelo exército soviético, foi um soldado finlandês e o mais eficiente franco-atirador da história.

Juventude e serviço na guerra

…recebendo seu rifle honorário modelo 28, durante a Guerra de Inverno.
Häyhä nasceu na cidade de Rautjärvi, próxima à atual fronteira entre a Finlândia e a Rússia. Fazendeiro de profissão, cumpriu o serviço militar obrigatório de um ano em 1925, sendo convocado em 1939 após a eclosão da Guerra de Inverno entre a Finlândia e a União Soviética. Estacionado na área norte do Lago Ladoga, passou a servir como franco-atirador.
Trabalhando em temperaturas que iam dos -20ºC aos -40ºC graus e usando uma camuflagem totalmente branca, Häyhä é creditado por mais de 500 mortes confirmadas de soldados soviéticos.[1] Uma contagem diária de baixas era feita no campo de batalha de Kollaa, e os relatórios não-oficiais finlandeses estimam em 542 o número de mortes atribuído a ele.[1]
Häyhä usou uma variante do rifle soviético Mosin-Nagant, pois se adequava a sua baixa estatura. Para não se expor em seus esconderijos, ele preferia usar miras comuns ao invés das telescópicas, pois com esta última o atirador deve erguer um pouco a cabeça, além de haver o risco da lente refletir a luz do sol.[2]Outra tática usada por Häyhä era compactar a neve à sua frente para que o tiro não a soprasse, revelando sua posição. Ele também colocava neve na boca, escondendo assim quaisquer sinais que sua respiração pudesse provocar.

Simo Häyhä promovido em 28 de agosto de 1940.
Além das mortes como franco atirador, Simo Häyhä foi creditado também por abater mais de duzentos soldados inimigos com uma submetralhadora Suomi M-31, elevando assim sua marca para 705 mortes. Este fato, no entanto, nunca foi comprovado. A marca de mais de 500 mortes foi alcançada num período de 100 dias, com Häyhä atingindo o número recorde de cinco por dia, praticamente uma morte a cada hora do curto dia de inverno.
O exército soviético tentou executar vários planos para se livrar dele, incluindo contra-ataques com franco atiradores e assaltos de artilharia, até que em 6 de março de 1940 Häyhä foi atingido por um tiro na mandíbula durante combate corpo-a-corpo. Com o impacto, o projétil girou e atravessou-lhe o crânio. Ele foi resgatado por soldados aliados, que disseram “faltar metade de sua cabeça”. Ficou inconsciente até 13 de março, um dia após a assinatura do tratado de paz que pôs fim ao conflito.[2] Pouco depois, Häyhä foi promovido de cabo a primeiro-tenente pelo marechal-de-campo Carl Gustaf Emil Mannerheim. Nenhum outro soldado jamais conseguiu uma escalada de posto tão rápida na história militar da Finlândia.

Velhice

Häyhä levou vários anos para se recuperar do ferimento. A bala, provavelmente explosiva, havia quebrado sua mandíbula e arrebentado sua bochecha esquerda. Apesar de tudo, ele se recuperou totalmente, tornando-se caçador de alce e criador de cachorros após a Segunda Guerra Mundial.
Em 1998, ao ser perguntado sobre como conseguiu se tornar um atirador tão bom, ele respondeu, “prática”. Questionado se tinha remorsos por ter matado tantas pessoas, ele disse, “fiz o que me mandaram fazer, da melhor forma possível”
Simo Häyhä passou seus últimos anos em uma pequena vila chamada Ruokolahti, localizada no sudeste da Finlândia, próxima à fronteira com a Rússia.

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TAMBAQUI É AQUI…!

21 de September de 2011

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NOSSA VIDA É DEFINADA PELO MEDO OU PELO AMOR?

21 de September de 2011

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WALTER

18 de September de 2011

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O CONTO DO PERU

17 de September de 2011

O CONTO DO PERU

Relembrando e buscando apoio nas velhas estórias contadas e anotações deixadas pelo meu querido e inesquecível avô Antonio Campos Melo, pessoa simples, funcionário do antigo Departamento dos Correios e Telégrafos, de excelente índole, inteligente, honesto e, que gostava muito de escrever, encontrei nos seus alfarrábios manuscritos um fato policial que diz ele ter sido verídico ocorrido nos idos dos anos 30 do século passado, aqui na nossa simpática Aracaju, que por ser interessante passo então a contar, mudando os dados das figuras principais do enredo para não haver identificação, pois não sei dos seus herdeiros para pedir permissão para tal.
Consta que o Senhor João Limeira, comerciante próspero da antiga Aracaju, possuía uma sapataria situada na Rua João Pessoa, então via principal do centro da cidade.
João Limeira, além de ser um verdadeiro unha-de-fome, tinha a fama de esperto, de nunca ter sido enganado por alguém, de nunca ter perdido um centavo sequer para qualquer pessoa, razão pela qual, gabava-se de ter prosperado na vida, não só pela sua luta, pela sua capacidade, mas também por conta de tais atributos.
A vida de João Limeira resumia-se em quatro coisas, tão simplórias quanto acomodadas e estranhas pareciam ser: casa, trabalho, feira semanal e enterro de alguém a partir do seu respectivo velório… Não tinha nenhum vício nem tampouco se divertia ou levava sua mulher e seus filhos ao parque, praia ou cinema, não ia a lugar algum ou fazia algo diferente além dessas quatro atividades para não ver o dinheiro sair do seu bolso desnecessariamente.
Em casa muito economizava, regrava de todo jeito e reclamava gastos extras com a sua esposa, no comercio negociava sapatos mais baratos com menor lucro justamente para vender mais, na feira pechinchava de tudo e estava sempre na xepa, no resto de feira, enquanto que, para sua estranha diversão estava o velório e enterro de pessoas amigas, conhecidas ou não. Para o diferente e mão-de-figa cidadão o importante era morrer alguém para ele estar presente em condolências.
Ninguém entendia se era mania psicótica, quem sabe medo, trauma, superstição, ou mesmo grande virtude, qualidade, humanismo, mas o certo é que João Limeira era solidário com os familiares dos mortos, fosse quem fosse. Não perdia nenhum velório e acompanhava todos os enterros, de rico ou pobre que dele tivesse conhecimento dentro de Aracaju, fazendo até questão de pegar na alça dos caixões, ou seja, ajudar a carregar os defuntos nos trajetos até os cemitérios que por muitas das vezes eram feitos a pé.
Além de participar de todos os funerais o senhor João Limeira usava nesses eventos o indumentário que de melhor possuía. Vestia de maneira garbosa o seu lindo a alinhado terno preto italiano, além da sua camisa branca de seda chinesa e uma gravata azul-marinho portuguesa, sem esquecer-se dos seus sapatos pretos também importados que de melhor tivesse em sua loja e, do seu valioso relógio de bolso suíço cravejado de diamantes com grossa corrente de ouro 18 quilate que sempre estava no bolso do paletó e só era usado somente nessas ocasiões. Para se manter impecável nessa sua mania o senhor João Limeira não tinha medido esforços, era o esse o único meio que tinha saído dinheiro do seu bolso sem reclamação . Com esse rico vestuário de gala ele orgulhosamente e garbosamente desfilava na sua homenagem aos mortos.
Falavam que além da sua importante casa comercial, da sua boa residência situada na Colina de Santo Antonio e do seu invejável e sempre brilhante Ford preto 1930, o que o senhor João Limeira tinha de mais importante e valioso era esse indumentário usado nos enterros.
Buscando economizar combustível no sentido de não ter que voltar em casa para se aprontar quando houvesse um eventual falecimento ao seu conhecimento, todos os dias o João Limeira trazia para o trabalho e levava de volta para sua casa o seu estimado vestuário-mortuário.
Certo dia ele se esqueceu dessa obrigação, ficando por isso muito preocupado, tendo comentado com o seu funcionário de confiança:
– Estou rezando para que não morra ninguém hoje, pois caso contrário terei que voltar em casa ou pagar alguém para ir até lá buscar a minha roupa que me esqueci de trazer…
Ocorre que alguém, um vigarista quem sabe, estava ali próximo olhando os sapatos e ouvindo a conversa logo arquitetou um plano: Adquiriu um peru para impressionar e se fazer de confiança, indo em seguida até a residência do comerciante que todo mundo sabia onde ficava. Lá chegando se apresentou para dona Josefina como sendo porta-voz do seu marido que pediu para que o mesmo entregasse o peru que ganhara de presente e pegasse a sua roupa, vez que tinha ocorrido o falecimento de alguém. De pronto a mulher sem desconfiar de nada entregou tudo ao trapaceiro.
Só restou, além da raiva e da bronca do senhor João Limeira ao chegar em casa e constatar o golpe, o trabalho de ir até a Chefatura de Polícia para registrar a ocorrência e se contentar com o arremedo do prejuízo, comentando tristemente:
– Pelo menos ele nos deixou um peru para a ceia do próximo Natal!…
Passados de 30 a 40 dias, já próximo ao Natal, quando tudo se acalmou, o suposto vigarista completou o seu golpe combinando com o seu parceiro que foi até a residência do senhor João Limeira e lá chegando falou para dona Josefina:
 – A Policia prendeu o ladrão que roubou a roupa do seu marido!… Está o maior reboliço lá na Chefatura e o seu João Limeira me mandou buscar o peru que o Delegado quer para o acerto de contas com o larapio…
– Graças a Deus. Eu já não aguentava mais de tanta repugnância e reclamação!… E mandando os seus filhos pegar no quintal o peru já bem gordo e bonito, entregou-o toda contente ao comparsa do trapaceiro.
O golpe ficou conhecido na época como o CONTO DO PERU e todos riam e gozavam do mão-de-figa engabelado, alguns até mais ousados grugrulejavam feito um peru quando viam o João Limeira, que por duas vezes perdeu para o mesmo criativo e inteligente vigarista.
Autor: Archimedes Marques (Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS) archimedes-marques@bol.com.br

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Ark Hotel Construction time lapse building 15 storeys in 2 days (48 hrs)….FAKE…or NOT ?

14 de September de 2011

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Redação de uma menina de 8 anos, publicada no Jornal do Cartaxo, em Florianópolis.

12 de September de 2011

Uma avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. 
As avós não têm nada para fazer, a não ser estarem ali.
Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam nas flores bonitas e nem nas lagartas. 
Nunca dizem: Some daqui!, Vai dormir!, Agora não!, Vai pro quarto pensar! 
Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem abotoar os nossos sapatos. 
Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou então, uma fatia maior. 
Só elas sabem como ninguém a comida que a gente quer comer.
As avós usam óculos e, às vezes, até conseguem tirar os dentes. 
As Avós não precisam ir ao cabeleireiro, pois estão sempre com os cabelos arrumadinhos e cheirosas… não precisam de chapinha. 
Quando nos contam histórias nunca pulam partes e não se importam de contar a mesma história várias vezes. 
As Avós são as únicas pessoas grandes que sempre têm tempo para nós. 
Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.
Todas as pessoas devem fazer o possível para ter uma Avó, ainda mais se não tiverem televisão.
 

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(O autor é desconhecido, mas pode ser algum de nós, ou alguém que nasceu nos anos 40, 50, 60,70, 80, até nos 90)

8 de September de 2011

Seu Pendrive tem Blutufe?
Oswaldo tirou o papel do bolso, conferiu a anotação e perguntou à balconista:
– Moça, vocês têm pen drive?
– Temos, sim.
– 
O que é pen drive? Pode me esclarecer? Meu filho me pediu para comprar um.
– Bom, pen drive é um aparelho em que o senhor salva tudo o que tem no computador.
– Ah, É como um disquete…
– Não. No pen drive o senhor pode salvar textos, imagens e filmes. O disquete, que nem existe mais, só salva texto.
– Ah, tá bom. Vou querer..
– Quantos gigas?– Hein?…
– De quantos gigas o senhor quer o seu pen drive?
– O que é giga?
– É o tamanho do pen.
– Ah, tá. Eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso sem fazer muito volume.
– Todos são pequenos, senhor. O tamanho, aí, é a quantidade de coisas que ele pode arquivar.
– 
Ah, tá. E quantos tamanhos tem?
– Dois, quatro, oito, dezesseis gigas…
– Hmmmm, meu filho não falou quantos gigas queria.
– Neste caso, o melhor é levar o maior. 
– Sim, eu acho que sim. Quanto custa?
– Bem, o preço varia conforme o tamanho. A sua entrada é USB?
– Como?…
– É que para acoplar o pen no computador, tem que ter uma entrada compatível.
– USB não é a potência do ar condicionado?
– Não, aquilo é BTU.
– 
Ah! É isso mesmo. Confundi as iniciais. Bom, sei lá se a minha entrada é USB.
– USB é assim ó: com dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador. O outro tipo é este, o P2, mais tradicional, o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo. O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é P2.
– Acho que o meu tem uns dois anos. O anterior ainda era com disquete. Lembra do disquete?
– Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso. O meu primeiro computador funcionava com aqueles disquetes do tipo bolacha, grandões e quadrados. Era bem mais simples, não acha? Os de hoje nem tem mais entrada para disquete. Ou é CD ou pendrive.– Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.
– Quem sabe o senhor liga pra ele?
– Bem que eu gostaria, mas meu celular é novo, tem tanta coisa nele que ainda nem aprendi a discar.
– Deixa eu ver. Poxa, um Smarthphone! Este é bom mesmo! Tem Bluetooth, woofle, brufle, trifle, banda larga, teclado touchpad, câmera fotográfica, flash, filmadora, radio AM/FM, TV digital, dá pra mandar e receber e-mail, torpedo direcional, micro-ondas e conexão wireless….
– Blu… Blu… Blutufe? E micro-ondas? Dá prá cozinhar com ele?

– Não senhor. Assim o senhor me faz rir. É que ele funciona no sub-padrão, por isso é muito mais rápido.
– 
Pra que serve esse tal de blutufe?
– É para um celular comunicar com outro, sem fio.
– Que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os celulares já não se comunicam com os outros sem usar fio? Nunca precisei fio para ligar para outro celular. Fio em celular, que eu saiba, é apenas para carregar a bateria…
– Não, já vi que o senhor não entende nada, mesmo. Com o Bluetooth o senhor passa os dados do seu celular para outro, sem usar fio. Lista de telefones, por exemplo.– Ah, e antes precisava fio?
– Não, tinha que trocar o chip.
– Hein? Ah, sim, o chip. E hoje não precisa mais chip…
– Precisa, sim, mas o Bluetooth é bem melhor.
– Legal esse negócio do chip. O meu celular tem chip?
– Momentinho… Deixa eu ver… Sim, tem chip.
– E faço o quê, com o chip?
– Se o senhor quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe.
– Sei, sim, portabilidade, não é? Claro que sei. Não ia saber uma coisa dessas, tão simples?Imagino, então que para ligar tudo isso, no meu celular, depois de fazer um curso de dois meses, eu só preciso clicar nuns duzentos botões…
– Nããão! É tudo muito simples, o senhor logo apreende. Quer ligar para o seu filho? Anote aqui o número dele. Isso. Agora é só teclar, um momentinho, e apertar no botão verde… pronto, está chamando.
Oswaldo segura o celular com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares, para um outro planeta:
– Oi filhão, é o papai. Sim. Me diz, filho, o seu pen drive é de quantos… Como é mesmo o nome? Ah, obrigado, quantos gigas? Quatro gigas está bom? Ótimo. E tem outra coisa, o que era mesmo? Nossa conexão é USB? É? Que loucura.

– Então tá, filho, papai está comprando o teu pen drive. De noite eu levo para casa.

– Que idade tem seu filho?– Vai fazer dez em março.
– Que gracinha…
– É isso moça, vou levar um de quatro gigas, com conexão USB.
– Certo, senhor. Quer para presente?

Mais tarde, no escritório, examinou o pendrive, um minúsculo objeto, menor do que um isqueiro, capaz de gravar filmes! Onde iremos parar? Olha, com receio, para o celular sobre a mesa. “Máquina infernal”, pensa. Tudo o que ele quer é um telefone, para discar e receber chamadas. E tem, nas mãos, um equipamento sofisticado, tão complexo que ninguém que não seja especialista ou tenha a infelicidade de ter mais de quarenta, saberá compreender.

Em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona. O garoto insere o aparelho e na tela abre-se uma janela. Em seguida, com o mouse, abre uma página da internet, em inglês. Seleciona umas palavras e um ‘heavy metal’ infernal invade o quarto e os ouvidos de Oswaldo.
Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz:
– Pronto, pai, baixei a música. Agora eu levo o pendrive para qualquer lugar e onde tiver uma entrada USB eu posso ouvir a música. No meu celular, por exemplo.
– Teu celular tem entrada USB?
– É lógico. O teu também tem.
– É? Quer dizer que eu posso gravar músicas num pen drive e ouvir pelo celular?
– Se o senhor não quiser baixar direto da internet…
Naquela noite, antes de dormir, deu um beijo em Clarinha e disse:
– Sabe que eu tenho Blutufe?
– Como é que é?
– Bluetufe. Não vai me dizer que não sabe o que é? 
– Não enche, Oswaldo, deixa eu dormir.
– Meu bem, lembra como era boa a vida, quando telefone era telefone, gravador era gravador, toca-discos tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão, para as coisas funcionarem?
– Claro que lembro, Oswaldo. Hoje é bem melhor, né?– Várias coisas numa só, até Bluetufe você tem. E conexão USB também.
– Que ótimo, Oswaldo, meus parabéns.

– Clarinha, com tanta tecnologia a gente envelhece cada vez mais rápido. Fico doente de pensar em quanta coisa existe, por aí, que nunca vou usar.
– Ué? Por quê?
– Porque eu recém tinha aprendido a usar computador e celular e tudo o que sei já está superado.
– Por falar nisso temos que trocar nossa televisão
– Ué? A nossa estragou?
– Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slowmotion e reset.
– Tudo isso?…
– Tudo.
– A nova vai ter blutufe?
– Boa noite, Oswaldo, vai dormir que eu não agüento mais…

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