Archive for the ‘Minas’ Category

Beraba, Berlandia e é craro Bérizonte…

16 de December de 2009


Mineiro dois Mineirinhos, . . .
Mineiro

Dois mineirinhos, compadres, estavam proseando.

Certa altura, um perguntou pro outro:

– Cumpádi, u quê qui ocê acha desse negóço de Nudez?

No que o outro respondeu:

– Achu bão, sô!

O outro ficou assim, pensativo, meditativo. . . E perguntou de novo:

– Ocê acha bão pur caus du quê, cumpádi?

E o outro:

– Uai! É mió Nu Dês que Nu Nosso, né não?

Felipe Peixoto Braga Netto (1973) afirma que não é jornalista, não é publicitário, nunca publicou crônicas ou contos – não é, enfim, literariamente falando, muita coisa, segundo suas próprias palavras.
Paulistano, mora em Belo Horizonte e ama Minas Gerais. Ele diz que nunca publicou nada, mas a crônica que abaixo foi extraída do livro ‘As coisas simpáticas da vida’, Landy Editora, São Paulo (SP) – 2005,
pág. 82.

O SOTAQUE DAS MINEIRAS
(F.P.B. Netto)
O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar.
Afinal, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar sensual e lindo das moças de Minas ficou de fora?

Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ‘ouvi-la faz mal à saúde’. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: ‘só isso?’.
Assino, achando que ela me faz um favor.

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma.
Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.

Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho. Não dizem: pode parar, dizem: ‘pó parar’ Não dizem: onde eu estou?, dizem: ‘onde queu tô.’
Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem – lingüisticamente falando – apenas de uais, trens e sôs.

Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô.
Se der no couro – metaforicamente falando, claro – ele é bom de serviço. Faz sentido…

Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: ‘cê tá boa?’ Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário…

Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: – Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc)
O verbo ‘mexer’, para os mineiros, tem os mais amplos significados.
Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.

Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: ‘- Aqui, não vou dar conta de chegar
na hora, não, sô.’

Esse ‘aqui’ é outra delícia que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer ‘olá, me escutem, por favor’. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.

Mineiras não dizem ‘apaixonado por’. Dizem, sabe-se lá por que,’apaixonado com’.
Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: ‘Ah, eu apaixonei com ele…’
Ou: ‘sou doida com ele’ (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro).

Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram.
São barradas pelas montanhas.

Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: – ‘Eu preciso de ir..’
Onde os mineiros arrumaram esse ‘de’, aí no meio, é uma boa pergunta… Só não me perguntem!
Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório.

No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa. O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente. Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente.
Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!

Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena,suspirará:
‘- Ai, gente, que dó.’

É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras… Não vem caçar confusão pro meu lado! Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro ‘caça confusão’.
Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele ‘vive caçando confusão’.

Ah, e tem o ‘Capaz…’
Se você propõe algo a uma mineira, ela diz: ‘capaz’ !!! Vocês já ouviram esse ‘capaz’?
É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer ‘ce acha que eu faço isso’!? com algumas toneladas de
ironia.. Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: ‘ô dó dôcê’. Entendeu? Não? Deixa para lá.

É parecido com o ‘nem…’ . Já ouviu o ‘nem…’?
Completo ele fica: ‘- Ah, nem…’ O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou
não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum.
Você diz: ‘Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?’.
Resposta: ‘nem…’
Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?

Preciso confessar algo: minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras. Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a
razão.

Se você, em conversa, falar: ‘Ah, fui lá comprar umas coisas…’…
– Que’ s coisa? – ela retrucará.
O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o ‘que’!

Ouvi de uma menina culta um ‘pelas metade’, no lugar de ‘pela metade’.
E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará:
– Ele pôs a culpa ‘ni mim’.

A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas…
Ontem, uma senhora docemente me consolou: ‘preocupa não, bobo!’.
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras. Nem se espantam.
Talvez se espantassem se ouvissem um: ‘não se preocupe’, ou algo assim.
Fórmula mineira é sintética. e diz tudo.

Até o tchau, em Minas, é personalizado. Ninguém diz tchau, pura e simplesmente.
Aqui se diz: ‘tchau pro cê’, ‘tchau pro cês’.
É útil deixar claro o destinatário do tchau…
Na verdade, aqui se fala tiau!!!É como eu me despeço docê! Senta a pua, desça a lenha:

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Ligeirinho, agora com balas traçantes aqui no Vietnã…de cara para o Morumbi ,muito chique…

Policiais civis de Minas Gerais anunciam greve

27 de November de 2009


Policiais civis de Minas Gerais anunciam greve

Posted by Ligeirinho: 26 Nov 2009 15:18 PM gmt Brazil

De acordo com informações da mídia eletrônica, os policiais civis de Minas Gerais decidiram, em assembleia realizada hoje (26/11/09), entrar em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira. A categoria reinvidica melhorias no salário e nas condições de trabalho.

O Governo do Estado, por sua vez, informou que, atendendo a pleito da Polícia Civil, será encaminhando à Assembléia Legislativa uma proposta de Emenda Constitucional com a finalidade de incluir o cargo de delegado de Polícia Civil nas carreiras jurídicas do Estado. Também está em apreciação proposta no sentido de se exigir o 3º Grau (curso superior) como requisito para acesso ao cargo de agente da polícia civil. Tais informações são procedentes, conforme vídeo abaixo que foi postado no canal do governo no YouTube:

Considero justo o pleito dos policiais civis, mesmo porque eles vem se mobilizando há muito tempo, através de manifestações e outras medidas, como foi informado aqui no Universo Policial (Sinais de mobilização em Minas Gerais se intensificam).

O comando da Polícia Civil está de parabéns em pleitear, principalmente, exigência de curso superior para ingresso na instituição. A polícia, tanto a civil como a militar, precisa de profissionais qualificados, uma vez que já foi a época em que, nessa profissão, o mais importante eram os músculos, e não a mente. Os tempos mudaram, a sociedade mudou. Vivemos num Estado Democrático de Direito, onde nossas ações são disciplinadas por regras jurídicas.

O policial deve ser formado para ser autoridade, no sentido mais lato da palavra, e não submisso, mero cumpridor de ordens. O policial tem que pensar e decidir. O policial militar especialmente, pois é ele quem está nas ruas, é ele a personificação mais real do Estado, sempre pronto para resolver toda sorte de demandas, tanto típicas como atípicas de polícia. Só quem já trabalhou na rua sabe as dificuldades do serviço operacional, o quanto o trabalho é difícil e exige grande conhecimento do ramo do Direito. E tem uma agravante para o policial militar, pois na hora da batalha não há tempo para estudar, para pegar o vade mecum. Ou policial militar faz a coisa certa ou está sujeito a ser punido por excesso (abuso de poder), por omissão (prevaricação) ou por procedimento contrário às normas. A linha é muito tênue.

Se a proposta de emenda constitucional do governo for aprovada, e é muito provável que será, visto ter sido encaminhada pelo próprio governador, os delegados terão muita chance de terem seus salários equiparados aos promotores de justiça, os quais tem um salário acima dos R$ 18.000,00, fora os auxílios e etcéteras mais.
Fonte: http://www.vestcon.com.br/concurso/ministerio-publico-estado-minas-gerais-mpe-mg-promotor.aspx
http://www.concursos.correioweb.com.br/forum/viewtopic.php?t=43075

Se as minhas previsões estiverem corretas, o delegado irá receber quase 03 (três) vezes mais que um Coronel da PMMG, pois este tem um salário base que não chega a R$ 7.000.
Fonte: http://www.salariospm.xpg.com.br/index2.htm

Com a exigência de nível superior, chuto que os agentes da Polícia Civil passarão a receber mais de R$ 4.000,00.

Uma nova reunião entre os sindicalistas e o Governo está marcada para a próxima quarta-feira, quando o SindPol-MG vai definir se a classe vai manter ou não a paralisação. Então, vamos esperar os desdobramentos, torcendo para que os policiais civis tenham suas solicitações atendidas.

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